sábado, 21 de agosto de 2010

Cool Jazz - Atualização Pirilampa da Madrugada 2.0

Bom, por enquanto eu vi poucas dicas culturais nesse blog. Como eu não posto faz tempo e estou por aqui disposto a postar algo interessante, vai algumas coisas.

Vocês já ouviram falar de cool jazz? É um estilo de jazz mais relaxante...

Um dos álbuns mais lindos que eu conheço é Miles Davis - Kind of Blue.

Acredito que muitos já o conheçam, mas para aqueles que nunca ouviram muito jazz eu sugiro!


Outra coisa bacana, é um músico americano muito conectado com a nossa Bossa Nova, chamado Chet Baker, o cara tem uma voz maravilhosa, além de ter sido um GAAAAAAAAAATO (podem sacanear o cara era bonito mesmo) da época (hauha). Enfim, o mano era fã do João Gilberto, além deste ter sido fã do anterior. Ele tocava maravilhosamente!!! Um luxo babe (já que é pra fazer comentários gays)!!! Ouçam só a música My Funny Valentine, que eu fiquei horas ouvindo.


Lindo, não?

E agora uma dica gastronômica:

Existem vários tipos de cervejas (assim como ocorre com os vinhos - que todos já conhecem): Weiss, Ale, Dark Ale (Stout), Pilsen, Bock... Você já pensou nisso? Eu comecei a pensar recentemente... Eu sei que todos esses tipos são enquadrados em dois tipos maiores que eu não lembro mais... O tipo de sabor da cerveja é ocasionado pela quantidade de ingredientes que são colocados na hora da sua "fabricação", se se quer uma cerveja pilsen põe cevada normal, se se quer uma bock põe a cevada pretinha... assim vai...

As cervejas industriais são sempre pilsen e das mais ruinzinhas (de acordo com padrões estabelecidos)... A Guiness é Stout. As Weiss são as de trigo - eu conheço a Baden Baden e a Bohemia Weiss, ambas são boas. Bom, é isso aí galera.

Pensem nisso antes de beber, sugiro a Baden Baden que eu comprei em Campos do Jordão, essas daí vem duma fábrica de lá que foi comprada pelo grupo Schincariol, mas é boa, cerveja nacional premiada e, de acordo com eles, a única feita por métodos artesanais, mas não vão pensar que são fermentadas em barris de carvalho por monjes!!!!!


Aquela abraço.

P.S: (Agora uma dica de turismo - não é propaganda) Para quem for a Campos do Jordão eu recomendo fortemente uma visita à fábrica da Baden Baden, super 1o!





Ler Mais...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Feijoada búlgara (Ou Concerto em D menor para dois violinos)


Acho que o último texto que escrevi não teve muitos comentários por tocar num assunto que não é sequer polêmico, mas apenas aterrador para a maioria das pessoas. Esse provevelmente é mais acessivel, mas ainda assim fala de algumas coisas complicadas.


*** 

Uma pequena litania. Um pouco maçante, é verdade:
 

Não acredito em política, acredito em loucura.
Não acredito em economia, acredito em ambição.
Não acredito na espada, acredito na caneta.
Não acredito no dinheiro, acredito no papel.
Não acredito em direitos, acredito na liberdade total.
Não acredito na Razão, acredito em mentiras.
Não confio nas religiões, confio na fé.
Não acredito na inocência, acredito na procrastinação do pecado.
Não acredito na perfeição, acredito na beleza da imperfeição.
Não confio nos bons, mas confio todas minhas trinta moedas aos maus.
Não acredito no deus que me impõem, acredito no meu.
Não acredito na Morte, acredito no Céu e Inferno, mesmo que na Terra.
Não acredito nas pessoas que amo, acredito cegamente no meu amor por elas.
Não acredito em somas e divisões, acredito na igualdade pura e inconsequente.
Não confio no poeta, confio na Musa.
Não acredito em poucos, acredito em todos.
Não acredito em muitos, acredito no ninguém.

Não acredito nos sábios, acredito nas árvores.
Não acredito no perigo, acredito no medo.
Não confio na Ordem, prefiro o Caos.
Não acredito em promessas e juras, acredito em olhos e mãos.
Não confio em beijos, confio em carícias.
Não acredito em deveres e métodos, acredito em obesessões e manias.
Não confio na humanidade, acredito nos seres humanos.
Não acredito em Charles Darwin, acredito em Charles Chaplin.
Não confio em você, mas acredito que posso estar errado.
 

***

Estava no metrô quando vi a primeira. Não estava completamente lotado como costuma em vários horários todos os dias, no entanto estavam naquele último vagão pessoas suficientes para que alguns tivessem de ficar de pé. Eu estava sentado, escutava alguma música do primeiro disco da Laura Marling, não me lembro com exatidão qual. Ela estava de pé, apoiada numa das portas. Vestia uma blusa azul, tão azul quanto a sua calça jeans, mas o cachecol – e o guarda-chuva – era verde limão, ou verde cana, não sou tão bom assim em diferenciar tons de cores. Os cabelos eram loiros e curtos, extremamente cacheados, os olhos estavam fechados, nuca saberei qual a cor que tinham. Alguma coisa nela remetia à androgenia dos anjos. De fato, os anjos deveriam ser como ela. Nem um pouco atraente, ao menos não para mim, mas indiscutivelmente angelical, seja por seu gênero ser de difícil percepção para os desatentos – ou não tanto assim, logo que meus olhos caíram sobre ela sabia que era uma mulher – seja na sua solenidade, ar de erudição, até mesmo aquela presumível arrogância que os anjos devem aparentar ao se verem entre os mortais, especialmente no metrô. Ainda assim ela me fez pensar que é daquele jeito que devem ser os anjos. 
Algum tempo depois finalmente cheguei até onde estava indo. Lá encontrei muitas pessoas, mas a minha surpresa foi que alguma daquelas me fizesse continuar a reflexão que começara no metrô; especialmente por ser uma pessoa que vejo com freqüência. Mas diferentes ocasiões nos propiciam diferentes reflexões, por isso talvez as relações entre pessoas dificilmente conservem-se imutáveis por muito tempo. Elas sempre mudam, talvez apenas um pouco, talvez não para melhor ou pior, talvez até imperceptivelmente, mas mudam. A pessoa que encontrava agora, no entanto, não tinha uma aparência que me lembrasse os anjos. Não, de forma alguma. Ela não tinha uma aparência que pudesse ser descrita apenas por palavras como "encantadora", "fabulosa", ou mesmo "charmosa", no entanto "tentadora" também não se adequaria de forma alguma, embora isso fosse parte do que fizesse. Enfim, era impossível definir aquela aparência, exceto, talvez, por diabólica. Não me entenda mal, se você a visse diria que ela tem cara de santa. Mas mesmo que você dissesse isso alguma coisa nessa definição ia te incomodar. Mas os demônios devem ter uma aparência como a dela para que consigam seduzir com mais facilidade, para que consigam convencer-te que está fazendo determinada coisa por vontade própria enquanto na verdade apenas te arrastam para a perdição. E nesse caso a perdição pode ser qualquer coisa. Uma paixão que faça com que seu peito arda, uma nunca antes provada sensação de rejeição a si mesmo, insegurança quanto àquilo em que você acredita ou, o que é pior, a criação de uma consciência ordinária e banal que vai te fazer repensar tudo aquilo pelo que na verdade deveria se orgulhar como "idiotices de um espírito-livre idiota". Mas tal qual mais vil dos demônios ela te joga no mais profundo poço do inferno apenas para depois te tirar de lá, brincar com você, controlando todos os seus devaneios, infiltrando-se nos seus pensamentos. Tão perfeita quanto só os demônios podem ser.

Ler Mais...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A Razão do Ataque é...?


Um ponto que tem me chamado atenção nos jornais é o conflito entre as Coréias, catalisado pelo naufrágio do navio de guerra sul-coreano “Cheonan”, no dia 26 de Março. A Coréia do Norte seria a responsável pelo ocorrido ao atacar à embarcação com um torpedo, segundo um relatório multinacional responsável pela averiguação do ocorrido, em que morreram 46 sul-coreanos.

Mas é exatamente neste ponto que meus miolos de estudante prematuro das RIs começam a fritar. Por que um ataque norte-coreano? As consequências advindas do incidente com a embarcação eram previsíveis e vem ocorrendo gradativamente: repressão e ameaças pelo governo de Seul, conclusão de que a Coréia do Norte é culpada, sanções internacionais com participação mais ativa dos EUA, revolta do autoritário Kim Jong-il e tensão contínua entre os envolvidos, com as palavras conflito e guerra emergindo das sombras.

Supondo basicamente que os governos tomem decisões racionais e pensem no bem do regime político e/ou da população (olha a MH de novo...), vejo apenas uma hipótese em que o ataque faria sentido: Kim Jong-il visava à criação de uma tensão contra seu país, embasada em hipóteses capitalistas e imperialistas, pois não há provas definitivas contra o governo de Pyongyang (o relatório internacional não garante, com certeza, que a Coréia tenha feito o ataque). Assim, internamente, Jong-il poderia utilizar forte propaganda contra os preconceituosos, tais quais o governo sul-coreano, estadunidense, entre outros, para fortalecer o comunismo de Estado e permitir a sucessão pacífica por um de seus filhos.
Após esse impasse em achar uma hipótese que me convencesse, pensei nos outros envolvidos: Coréia do Sul e EUA. Apesar de me arriscar em uma teoria da conspiração, supus um auto-ataque, algumas vezes presente na história. Quanto aos Estados Unidos com Obama e em meio a duas guerras, não vejo lógica para tal ato. Vá lá, se ainda fosse o Bush e sua doutrina de “essa guerra não está dando certo, vamos para outra!” e de ataques preventivos; mas com a confusão para os EUA saírem do Iraque e do Afeganistão, investimentos crescentes nesses conflitos, crise econômica, caso iraniano e o diálogo Smart Power do governo, não haveria por que os americanos criarem outra guerra agora.

Por outro lado, a Coréia do Sul conseguiu apoio internacional forte, como vítima do caso, sendo que os EUA realizaram treinamento anti-submarinos conjunto ao país, além de ajudá-lo militarmente, enviando tropas para o treinamento que se somaram aos aproximadamente 29.000 soldados americanos na região fronteiriça entre as Coréias. Apesar disso, meu lado prudente, jovem e ainda raso de conhecimento não se contenta com essa idéia; afinal, foram cidadãos sul-coreanos que morreram; seria um sacrifício de 46 compatriotas, além de constituir uma hipótese muito negativa e sedenta de muitas provas para ser validada.

Em suma, fiquei sem uma resposta satisfatória. Mas esse não é o pior lado: nem ao menos achei referências para checar o pensamento de estudiosos sobre o ocorrido. Nada nos jornais ou revistas sobre a razão de tal ataque, análises, etc. Apenas notícias pontuais sobre o naufrágio, o relatório, o treinamento sul-coreano e estadunidense, mas nada tentando conectá-los ou entendê-los. É como se as relações entre os países fosse óbvia ou inexplicável, pois ambas as formas não precisariam ser discutidas. E tudo que posso afirmar neste texto, pelo que aprendi até agora, é justamente o contrário: as RIs nada tem de óbvias ou de inexplicáveis, mas sim são bem complexas.

Se alguém tiver um insight, outras idéias ou visto algum texto tratando sobre as razões do ataque, agradeço se me mandarem ou comentarem aqui. Abraço.

Ler Mais...