quinta-feira, 1 de julho de 2010

Poeira

Eu vivo entre poeira

Já tentei de tudo
E não há nada que eu faça
Que a tire de mim
Eu limpo
E ela continua por lá
Quando tudo parece impecável
Nos próximos dias já está tudo empoeirado de novo
E eu vivo assim
Um ciclo
Poeira
Não-poeira
Poeira
Não-poeira
Já é hora de me acostumar
Que a vida é empoeirada
Suja
Imperfeita
E não há nada mais que eu possa fazer

Assim eu fico
Também
Sem peso na consciência
Um ser empoeirado
E sujo
Como eu deveria ser
Como eu sou
Apesar de todos não parecerem ser
Mas tudo é
E sempre será
Empoeirado

Um comentário:

  1. (Em homenagem ao seu poema)


    Vivo
    Entreolhares
    Que não se enxergam
    Corpos que se tocam,
    Mas não se sentem.
    Santo Deus!
    O que há com essa gente?!
    Tão frígida,
    Tão nítida
    Tão típica.
    Onde foi parar aquele bom dia?
    Acho que se perdeu
    Na prateleira da poesia
    Que ironia.
    Só mesmo o auto-ajuda
    Ou a biografia de alguém que nada fez.
    E agora só me resta é tirar a poeira
    Dos meus cadernos,
    Da minha caneta
    E de meus pensamentos,
    Pois prefiro ser um poeta do passado
    A ser o idiota do momento.

    ResponderExcluir