domingo, 20 de junho de 2010

A síndrome do bom burguês

O meu objetivo com esse texto, escrito há algum tempo, é mostrar que de circunstâncias como a greve é possível extrair experiências "edificantes" para o caráter. Além disso, queria aproveitar o espaço desse blog para me expressar e compartilhar um aprendizado que a vida na universidade propiciou.

Estive com o Raúl e mais alguns RIanos na "Assembléia" que teve no prédio da História quinta-feira, cuja pauta era referente à famigerada greve dos funcionários da USP, se os estudantes deveriam aderir a ela. [A princípio, tinha pensado em ir direto ao assunto, mas não resisto a iniciar o texto tecendo uma crítica acerca do modus operandi da "Assembléia".] A bagaça começou com quase uma hora de atraso porque a mesa, composta por membros do DCE, queria estabelecer, por votação direta dos presentes, o tempo disponível aos oradores - os quais seriam sorteados para falar após a sua inscrição - e se estes poderiam concedê-lo a outro se assim o quisessem. A votação mostrou-se um processo primitivo: as quase 300 pessoas que assistiam a "Assembléia" levantaram a mão e foram contadas por uma pessoa x de boa vontade. E para mencionar outros inconvenientes: o prédio da História está longe de ser o mais adequado para essas ocasiões; ele é todo "aberto", o som se propaga para todos os sentidos e a caixa de som em si não ajudava, sem contar o falatório por parte de muitos que ali estavam.

Acho que o fato de haver todo um processo lento e desengonçado antes das "Assembléias", referente ao seu funcionamento, desencoraja quaisquer estudantes que mostrem alguma disposição para se deslocar até o local e participar da coisa política - pensei em vazar na hora, mas como tinha cerveja por 1,50... Por que não criar um modelo fixo de Assembléia, que prescinda dessas formalidades iniciais? Ela não vai deixar de ser menos democrática por isso.

Sobre o que foi dito na "Assembléia", era esperado - pelo menos por mim, calouro ingênuo -, que os dois lados tivessem vez nos discursos, ou seja, que os vermelhinhos (a favor da greve) e os "reaças" (contra) se pronunciassem. No entanto, o que ficou claro é que todos os oradores tendiam à esquerda e defendiam a greve, mas se encontravam divididos [ah, vá...?!] quanto a outras questões. A fala de alguns deles me surpreendeu bastante. O indivíduo y do DCE, que depois eu descobri ser pouco popular entre seus colegas das sociais, poderia mobilizar todos nós e instaurar um regime nazista no Brasil por meio de sua retórica se quisesse; não lembro mais o conteúdo da fala dele, mas foi bastante convincente e me pareceu na hora sensato. Uma oradora conquistou a minha simpatia pelo seu relativo pragmatismo - apesar de ela cursar filosofia -, dizendo que não era contra a greve, mas contra esta ser utilizada como recurso no momento, sem haver uma mobilização geral da USP em prol da causa dos funcionários. O resto tentou nos persuadir dizendo que a universidade já estava mobilizada, que a greve era uma necessidade e um direito conquistado pelos trabalhadores; apelou à nossa consciência, aos valores humanos de compaixão para com o próximo - os funcionários não recebem um reajuste há tanto tempo, tadinhos... - e todo tipo de baboseira. E, acredite, por um momento eu me deixei levar.

Na verdade, essa crise de consciência não foi só na “Assembléia”. A minha dimensão esquerdista chegou a me recriminar algumas vezes por ser contra essa greve, por visar o meu bem-estar em detrimento de uma causa maior, enquanto os servidores reivindicam, através de um meio supostamente legítimo, um "merecido" reajuste salarial. Afinal, eu e muitos outros estudantes que dependemos dos serviços dos funcionários só estamos tendo que fazer caminhadas involuntárias de mais de uma hora ao todo e gastar mais dinheiro e tempo com a nossa alimentação, sem contar custos de outra ordem. Mas isso foi até eu pesquisar mais sobre o assunto e descobrir, mais uma vez, que no mundo real não há espaço para maniqueísmos, que por si só são simplistas - o Rodas pode não ser o mauzinho da história; os funcionários não ganham mal, aliás recebem mais que a média dos funcionários no Brasil; princípios democráticos têm sido proferidos a esmo e de maneira hipócrita nas tentativas de legitimar a greve; há motivos eleitoreiros envolvidos -, e perceber pelas discussões na Internet que de fato é uma minoria na USP que apóia a famigerada e banal greve.

Uma reflexão que faço é que grupos (Sintusp, DCE) ou indivíduos mal intencionados dentro da universidade, geralmente envolvidos com partidos políticos nanicos de extrema esquerda (PSOL, PSTU), tidos como de direita por alguns estudantes da FFLCH [rs], só têm a ganhar com a alienação e a inércia dos estudantes. Normalmente nós ficamos tão presos à vida acadêmica (ou ao nosso umbigo) que nos tornamos alheios aos acontecimentos os quais se dão para além dela, apesar deles terem um impacto direto no nosso cotidiano, e não nos damos conta de que essa greve pode não constituir uma causa maior – como seus partidários gostam de acreditar, porque assim a querem -, mas a de alguns indivíduos, como os clamores nos cartazes colados por toda cidade universitária dão a entender ao fazerem referência à reintegração do companheiro Brandão, em meio a outras reivindicações não concernentes aos funcionários como um todo. Além disso, nós não os vemos se mobilizando em peso na USP (se é que você pode chamar churrascos regados à cerveja de mobilização), o que também sugere que essa causa é de poucos.

Eu queria entender melhor o que leva alguns estudantes a aderirem a movimentos alheios loucamente, mesmo quando eles os prejudicam e representam uma facção de caráter duvidoso, liderada por um comunista trotskista que acredita na implantação do comunismo por meio da violência, ao mesmo tempo que defende o respeito à democracia nos seus discursos. Não sou tão ingênuo; pretensões políticas e de outra natureza (recreativa, por exemplo) constituem motivos fortes. Mas acho que um idealismo genuíno, aliado à síndrome do bom burguês, em alguns casos colabora. Daí tiro outra reflexão, que sintetiza o meu aprendizado: ser a favor de uma causa que te prejudica diretamente não te torna mais honorável ou nobre, mas sim tolo; em outras palavras, quem se anula é otário mesmo, tá cerrrto?

Roger Lai


19 comentários:

  1. Tirem suas próprias conclusões:
    http://www.sintusp.org.br/
    http://www.liberdadeusp.com.br/
    http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI77097-15223,00.html

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  2. Ah vá Roger, você só tá falando isso porque não foi no fabuloso Arraiá da Greve!!!
    E perdeu a quente quadrilha só com palavras da greve!!

    "Óia o reajustesalarialdeseisporrceentoo!!!... É mentiraa!"

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  3. Ih rapaz, esse assunto dá pano pra manga!

    Na minha condição de bixo, prefiro ir a essas assembléias e ficar quieto, só observando. Sei quase nada ainda da Universidade para pitaquear publicamente, e prefiro ver se calado aprendo alguma coisa.

    No entanto, compartilho uma das sensações que você expôs: as assembléias são bem desorganizadas mesmo. Um monte de gente espalhada, bebendo e conversando alto como se estivessem em um buteco, enquanto um tenta se esguelar no microfone; não me inspirou seriedade. Não é de estranhar que também não inspire naqueles que vêem de fora da USP.

    Outro problema real das assembléias, realmente, é que não são todas as vozes que têm vez. Certamente não impediriam um estudante contrário à greve de falar; mas se a multidão sangue-quente iria respeitá-lo, isso já é outra história. Creio que essa seja uma das razões pela qual, como o Roger disse, "todos os oradores tendiam à esquerda e defendiam a greve". Quem tem opinião diferente dos camaradas proto-revolucionários já desencanou de tentar frequentar esse gênero de debate e tentar expô-la... isso é um problema, pois a assembléia que deveria colher as diferentes opiniões dos estudantes acaba virando um "uniálogo" pouco representativo.

    Enfim. Eu não acho que "lugar de estudante é na sala de aula", nas palavras coronelistas do Datena; acho que devemos sim estar engajados e nos mobilizar para uma infinidade de coisas. Mas reconheço que o movimento estudantil que eu encontrei quando cheguei na USP é bem diferente do que eu esperava, e me broxou deveras. Quem está envolvido no movimento não deveria se apressar em classificar todos os estudantes ausentes como "reaças"; talvez fosse melhor atentar para o fato de que a neanderthalidade de alguns "diálogos" espantam muit@s sujeit@s de boa-vontade.

    A parte humorística (o comentário do Fábio!) acaba sendo a melhor disso tudo :)

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  4. Vou te contar, hein, Raulzito... você e a sua vibe "let it be".
    O fato de as pessoas não falarem abertamente sobre a posição delas acerca da greve me induziu a pensar que eu fazia parte de uma minoria de "reaças" contra o movimento, apesar de intuir que isso não era verdade. Indo nas assembléias ou lendo sobre o assunto, o que você vai ter é um vislumbre das impressões dos outros, muitas vezes carregadas de ideologia e motivações pessoais. Se a sua idéia é esperar pra ter um conhecimento mais "empírico" sobre a questão... vai continuar em cima do muro. A menos que você vá entrevistar as tias do bandejão, pra ver se elas conseguem sustentar a família com seus salários bem acima da média de São Paulo para sua categoria, e se infiltrar no Sintusp pra confirmar que alguns deles são comunistas ambiciosos.
    Sei lá, quanto mais eu leio sobre o assunto, mais eu me convenço de que essa greve é uma causa de poucos, poucos que parecem ser muitos porque são barulhentos.

    E eu concordo. Os seus comentários são os melhores, Fábio. Mas eu esperava um apoio maior vindo de você. =P

    Abraços!

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  5. cara, não quero entrar no mérito do SINTUSP ou da atuação e da politicagem no ME, que realmente é foda. mas uma frase do final do seu texto me chamou a atenção:

    " ser a favor de uma causa que te prejudica diretamente não te torna mais honorável ou nobre, mas sim tolo."

    Discordo com todas minhas forças. Assim você resume a sociedade a uma luta de classes, na qual cada uma é egoísta e só visa´seu próprio umbigo. Acredito que temos que ser solidários e apoiar qualquer greve ou luta que o valha (como disse, não quero entrar no mérito do SINTUSP e da legitimidade das suas greves), independentemente se nós estamos sendo individualemnte prejudicados... não sei se expliquei direito, mas acho que não é ser tolo apoiar a greve dos motoristas de onibus, por exemplo, só pqe ela me prejudica (e muito!).

    acho que esse pensamento egocêntrico, individualista e hipócrita exposto pela grande maioria da classe média é um dos grandes problemas da sociedade.

    não sei se entendi bem o que vc quis dizer, e de certa forma pode até fazer sentido no que diz respeito ao SINTUSP, mas generalizar as greves e os sindicato é um perigo, e resumir o apoio ou não as lutas a elas serem ou não prejudiciais é um perigo maior ainda.

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  6. *apoio ou não as lutas pelo fato de elas serem ou não prejudiciais é um perigo maior ainda.

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  7. Roger,
    concordo com a sua decepção comigo, mas é que tanto já critiquei desse tal movimento, que ás vezes parece-me a mim mesmo que estou sempre sendo repetitivo.
    Apesar disso, tenho um texto meu falando algumas coisas sobre isso, e pelo seu apelo, decidi que vou postá-lo, no entanto precisa de algumas revisões.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Começando minha participação aqui no blog pra comentar, que lindo texto. Uma coisa que precisa ser desmistificada é essa obrigatoriedade de todos serem a favor da greve: é, sei que muitos dos estudantes manifestam-se contra, mas quando você admite que acha a greve errada, tem um risco constante de ser taxado de reaça, conservador ou - glup - pró-Serra.

    Parece um mandamento moral dizer que oh, coitadinhos dos funcionários, vamos apoiar essa classe tão oprimida. Não precisa deixar de ser esquerdinha e não faz de você um crápula sem coração dizer que não, a greve não é justa. E pensando bem, acho que o preconceito alheio (que eu sofro tanto, chuif, por isso o alívio) vem da confusão de ser contra essa greve e ser contra greves.

    De qualquer modo, parabéns ;)

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  10. Aliás, Roger. Queria só constar que a minha pseudopiadinha não era só uma piadinha, pois o arraial da greve, assim como o festival da greve e o telão da copa com breja na reitoria aconteceram. E pior ainda, a quadrilha com palavras da greve foi motivo de muita exaltação. A minha intenção era chamar atenção pro que o Raul chamou corretamente de "parte humorística" da greve, que,para mim, só desacredita as reivindicações.

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  11. Discordo do Walter quando ele diz que "Parece um mandamento moral dizer que oh, coitadinhos dos funcionários, vamos apoiar essa classe tão oprimida." Afinal de contas, se tem algo que passe bem longe da discussão da greve na USP é a moral, pra ambos os lados. Se por vezes as reivindicações dos funcionários são exageradas e descabidas, por outras tantas as decisões que influenciam o cotidiano de alunos, professores e funcionários é unilateral, quando não autoritária. A moral pode ser vista de lados muito opostos.
    Agora, por outro lado (e pra não perder o veneno da língua!): se proclamar-se contra a greve incute no risco de ser taxado de reaça, conservador ou pró-Serra, dizer-se pró-greve ou pró-greves incute no igual risco de ser taxado de esquerdista, comunista, quando não "esquerdeopata". O que, em muitas vezes (inclusive no nosso, não?) é verdade. A taxação só vai depender de qual grupo é maioria nos diversos meios da sociedade.
    O meu ponto é o seguinte: convicções hão de existir e serem proclamadas abertamente. Mas como o próprio nome diz, tem de ser convicentes! Apenas argumentar como o bastião da opinião diferente e minoritária não convence ninguém...

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  12. Quando eu citei a moral, referi-me ao sentimento natural de colocar-se do lado daqueles que estão sujeitos às decisões alheias, ou seja, a suposta classe oprimida. Nessa decisão (ainda que seja inconsciente) de "ficar do lado do mais fraco" muitas vezes ignoramos detalhes e aspectos que transformam o mais fraco em errado - não vou entrar agora no mérito de explicitar esses porquês, até devido a alguns estarem no texto. Daí, quando você diz que o mais fraco está errado e sua luta é descabida, ó, você é um autoritário.

    E Tércio, você mesmo disse que em geral as pessoas que são pró-greve e assim taxadas de esquerdistas o são de fato. Assim, não vejo o grande problema na taxação. Agora, se a pessoa manifesta-se como contrária à causa dos funcionários a assunção inicial é de que ela é uma reacionária, quando nada impede que ela seja esquerdista e discorde dos motivos da greve em questão.

    No mais, concordo que qualquer opinião para ser válida deve ser argumentada, ninguém discute isso. Pontuei apenas o preconceito que uma eventual declaração de lado pode gerar, levando os indivíduos a não parar para escutar a argumentação.

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  13. Eu te entendo, Guilherme. Fui infeliz com essa última frase, admito; foi uma tentativa de polemizar e fazer uma provocação, que acabou compromentendo o bom entendimento do texto - não sou tão filho da puta assim.
    Partiu da minha descrença nas causas e do meu cinismo exacerbado, foi um raciocínio simplista do tipo: se a greve dos funcionários aparentemente não é a causa dos funcionários, mas a de uma facção minoritária deles, então já não acredito mais em nada. Enfim... mas talvez não tenha comprometido tanto assim; o Walter entendeu a proposta do meu texto. Obrigado, cara.
    Mas acho que se você apoia uma causa de um indivíduo sem saber, porque ela foi travestida de uma causa maior, há grandes chances de você não ser muito esperto. E em nenhum momento eu disse que todos os sindicatos e todas as greves são ilegítimas. O meu texto é sobre a atual e velha greve dos funcionários da USP.
    E, Tércio, não sei se você se referiu a mim quando disse "bastião da opinião diferente e minoritária ", porque, como eu já disse no texto, eu só tô expressando um sentimento que é generalizado entre os estudantes - o que pode não parecer por causa desse pudor de se posicionar contra, o qual eu pude comprovar entre amigos das sociais também, onde isso é mais grave. Tá certo, quando muitos deles reclamam, muito provavelmente não pararam antes pra questionar ou buscar saber se a causa é justa ou não, a maioria tá preocupada com o próprio umbigo, claro. Mas eu te pergunto: por que é tão errado ser contra algo que te prejudica, ainda mais quando se torna um instrumento tão recorrente e banal nas "mobilizações" dos funcionários ou de uma facção poderosa da USP? Suponhamos que a decisão de se iniciar a greve partiu de um consenso entre os funcionários - coisa em que eu não acredito pelo o que eu tenho lido -; eles também não pensaram nos não sei quantos estudantes que dependem dos seus serviços e são prejudicados com ela. Por que eu tenho que abraçar a causa e me conformar que não tô tendo o retorno dos meus impostos, sabendo ainda que o salário deles estão bem acima da média de São Paulo?
    Você me fez perceber uma coisa, que num próximo texto eu não vou deixar passar: eu começo relativizando os fatos, e depois falo com convicção. A idéia, na verdade, era suscitar reflexões nos que o lêem, sem chegar à conclusão alguma - pelo menos não explicitamente. Tô retificando o que eu fiz, mas ao mesmo tempo não acho impensável que de fato o Brandão seja um "comunista trotskista que acredita na implantação do comunismo por meio da violência", como dito na matéria da Época, cujo link eu deixei no primeiro comentário. Isso eu acho um puta anacronismo. Vou pressupor que esse cara não sabe nada de história ou faz vista grossa às atrocidades cometidas pelos regimes totalitários de Stálin e de Mao, e que ele provavelmente tem um caráter autoritário. Sabendo que uma pessoa com essa ideologia retrógrada tá à frente do sindicato já é um bom motivo preu ser contra essa greve.

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  14. Texto interessante, que talvez represente o pensamento da (verdadeira) maioria dos estudantes. Ainda que concorde com o direito de greve, não acho que a que ocorre agora na USP seja válida, dadas as condições dos funcionários.

    O silêncio dos estudantes que se opõe à greve nas Assembléias é preocupante, pois tira a necessária razão do debate, que é a de, do conflito de opiniões, manter aquela que mostra-se mais sólida.Talvez eu seja ingênuo em minha maneira de pensar, mas acredito que uma maior organização por parte daqueles que, de esquerda ou direita, são contrários a esta greve poderia tirar dos escassos grevistas e seus apoiadores a legitimidade.

    Gostaria de saber vossas opiniões quanto aos salários dos funcionários da USP em relação aos dos correnspondentes no resto mercado de trabalho. O que vocês acham? É muito grande, justo ou o que?

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  15. Roger, na verdade eu entendi o que vc tinha dito, mas a frase tinha ficado meio ambígua e eu quis dar uma provocada também.. hehehe

    e quanto a essa obrigatoriedade de ser a favor da greve e essa estigmatização de quem é contra não acho que seja verdadeira, na greve de hoje.

    A greve de hoje não tem legitimidade dos estudantes de esquerda, de direita de centro, tanto que a greve dos estudantes não passou por assembleia (pauta proposta por uma minoria radical) e NÃO há paralização dos estudantes.

    Na verdade teve uma assembleia que os extremistas (MNN, PCO, etc..) propuseram a pauta greve estudantil e o DCE (esse mesmo, o DCE, do PSOL, quem diria...)e o PSTU (se eu nao me engano) se retiraram da assembleia devido a ela não ter atingido o quórum mínimo....

    Portanto, não acho que exista essa taxação de "seu direita sujo pró-serra, você é contra a greve" nesse assunto. não que ela não exista em outros ocasiões ou em outras greves.

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  16. Lucas, sobre os salários.

    Os salários dos funcionários da USP são maiores que os equivalentes do mercado. FATO.
    Porém, isso não significa que o salário é justo, talvez seja um puco mais justo do que o equivalente do mercado. Também não acho que um salário de mil reais seja grande para sustentar uma família e blablabla...

    Não acho que comparar somente os salários do mercado com os da USP seja um bom argumento. é injusto do msmo jeito e os dois tem direito de protestar por melhorias salariais e etc...

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  17. ehueuheeuhehu nada disso Roger, não foi pra vc não! Foi uma provocaçaozinha pro Walter, peço desculpa se eu fui agressivo =]
    E o que eu quis dizer pra ele é que não podemos ter receio algum de nos posicionar, e pra fazer isso sem medo de errar, temos que ter argumentos bons e convincentes. Ser contra por ser contra não vale ehhehehehe
    E eu acho q entendi o espírito do seu texto, ele foi de questionar a greve em geral, mais do que se posicionar, ainda que haja uma tendência de vc ser contra. O debate sempre é bem vindo, a reflexão mais ainda.
    Mas, de novo, se eu (e pelos comentários aí em cima, o Gui tb) provocarmos, é no espírito questionador, não no espírito violento... Vou me policiar, até pq tenho um 'pacto' com o Fábio que tb vale aqui, que mesmo com discordância, agnt não pode partir pra disputa, seja ela ideológica, religiosa ou qlqr coisa. Não na T9!

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  18. Bom, eu não li todos os comentários, mas vou expressas minha opinião pelo que li.

    Gui, eu acho que velho, greve de servidor público, que prejudica a vida das pessoas, deve ser usada como último método de mobilização, acho que eles poderiam trabalhar mais devagar, trabalhar menos como forma de protesto, fazer campanhas sindicais contra o baixo salário... se unir a população, distribuir panfletos, e não parar de vez, ferrando a vida de um monte de gente...

    Sei lá, em vez de fechar o bandejão, abrir só do meio dia à uma. Por aí.
    Pra fazer pressão aos poucos, pra se em última hora não der, fazer greve.
    Apoiar greve que vai contra nós tem limite.

    Sobre o que o Roger disse, eu concordo com tudo, penso o mesmo, estamos no mesmo lugar, com as mesmas opiniões.

    Eu tenho algo a acrescentar. O X Congresso tava aí pra melhorar as assembleias, eu não fui, mas deveria melhorar, a intenção era essa. Mas eu dúvido que vão, e enquanto a ter os dois lados falando, acho mais foda ainda...

    Mas essa greve é vergonhosa, e com certeza foi feita por grupos pequenos e desunidos. Eu tava falando com meu irmão ontem, seria impressionante se fizerem uma estatística pela USP e fora dela sobre quem é a favor da greve, acho que daria uns 10% por aí só de gente a favor.

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  19. Caros, gostaria de elevar um comentário ao centro da discussão. Pelo que parece, poucos de fato o leram, e se o leram, não entendo como não comentaram nada sobre. Refiro-me ao comentário do Claus Briorie (Lucas Ribeiro) no qual ele fala do silêncio de quem é contra a greve.

    "O silêncio dos estudantes que se opõe à greve nas Assembléias é preocupante, pois tira a necessária razão do debate, que é a de, do conflito de opiniões, manter aquela que mostra-se mais sólida.Talvez eu seja ingênuo em minha maneira de pensar, mas acredito que uma maior organização por parte daqueles que, de esquerda ou direita, são contrários a esta greve poderia tirar dos escassos grevistas e seus apoiadores a legitimidade."

    Para mim, é um ponto interessante, que merece destaque. Não que devamos (os que são contra) fazer assembléias, comícios, panfletagem, ou, quem sabe, uma greve, para manifestar nosso repúdio à greve. Creio, porém, ser nosso silêncio cúmplice do que criticamos. Óbvio que nossos meios são limitados, mas este blog já é um bom começo (brilhante iniciativa do Roger), além de ser importante manifestar nossa opinião na USP (em conversas com amigos não só de RI, como de outras Unidades).

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